Há alguns dias revelei a amigos que havia excluído meu perfil do Orkut. Eles me questionaram sobre o motivo, mas eu próprio não sabia a resposta, provavelmente, porque não havia nenhum motivo. Lembro de ter clicado numa barra de menu, onde estava escrito "Excluir conta" - ou algo parecido - à esquerda do monitor e, pronto; pensei, "estou fora".
Dias depois, soube por um desses amigos, que ao contrário do que pensava, meu perfil no Orkut permanecia intacto. Verifiquei e confirmei, estava lá, incluindo um novo scrap. Depois de lê-lo, deletei-o como de hábito e logo me ocupei em refletir sobre o porquê de sair da comunidade de relacionamentos se nem mesmo a levava a sério. Era irrelevante estar ou não, ainda que no início não pensasse assim. Em termos gerais, parecia ser apenas uma perda do interesse e talvez uma certa frustração. Não recebia mais scraps com a mesma freqüência, na verdade, em semanas, respondia a dois ou três apenas. Também não era adicionado por alguém que há tempos eu perdera o rastro, para mim, a melhor qualidade do site. O Orkut, enfim, já havia sido mais eficiente.
Sei de pessoas que saíram do Orkut porque ficaram famosos como um amigo ator. Sei de outras pessoas que saíram e retornaram. E se sei é porque fui convidado mais de uma vez pela mesma pessoa e não porque saio pesquisando sobre o assunto. Poderia, tranqüilamente, fazer o mesmo. A dificuldade seria restaurar a rede de novo, talvez utilizando novos critérios, os quais não estariam contaminados com a ânsia da novidade. Decidi pela exclusão, que não se efetivaria naquele momento. Era coisa para outra hora, outro dia.
Antes de fechar o programa, no entanto, fui percorrer e meu perfil, rever como me apresentava e o que escrevia sobre mim mesmo. Da parte superior da tela retirei a conclusão de que não era bom nisso, falar de mim mesmo.Detive-me brevemente na leitura de um dos dois únicos que constam.Se não encontrava nenhum motivo que justificasse a exclusão, ao menos encontrei um que trabalhava pelo contrário, pela manutenção do meu perfil, e este motivo era o depoimento a meu respeito postado por um amigo. Sem reservas e falsa modéstia, admito que ninguém me descreveria melhor. Por isso, está lá, o meu eu virtual. Meu perfil do Orkut resiste graças às palavras do amigo, que talvez tenha superestimado o meu talento para "enfileirar palavras", o que não importa, já que me descreveu com a pungente franqueza que só um bom e velho amigo é capaz.
Um comentário:
Assim como em outros textos, acabo me identificando. Se ao menos eu tivesse um motivo assim, não teria "matado" (tantas vezes) este meu eu virtual.
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